20 de janeiro de 2020
Wrap Up Semanal
Brasil
Bolsonaro sinaliza reajuste no salário mínimo, com impacto de R$ 2,3 bilhões
Ocorreu essa semana o encontro entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da economia, Paulo Guedes, para tratarem da discussão do ajuste no salário mínimo. O valor atual, R$ 1.039,00, passaria a ser R$ 1.049, segundo o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, caso utilizassem o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
Para cada 1 real em que se aumenta o nível do salário mínimo, o impacto acabaria sendo de R$ 355 milhões neste próximo ano. Desta forma, o montante total estimado ficaria por volta de R$ 2,3 bilhões. Para que o governo consiga ter o orçamento necessário, ele teria de reduzir gastos em outros itens, como afirmou Waldery.
Está sendo calculado também, o efeito do INPC em outras pastas, como a de aposentadorias acima do salário mínimo, buscando não abrir margem para assimetrias nesse reajuste.
Projeção de crescimento do PIB para 2020 sobe para 2,4%
O ministério da economia divulgou essa semana um avanço na previsão de crescimento do PIB brasileiro para o próximo ano. O índice, quando divulgado em novembro era de 2,23%, agora passou para 2,4%, segundo a Secretaria de Política Econômica.
A projeção do IPCA, antes 3,53%, subiu agora para 3,62%. Tais índices ainda se encaixam da meta fixada pelo Banco Central, de 4%.
Os novos valores publicados, seguem na onda de otimismo perante a economia brasileira desse próximo ano, com uma retomada lenta, mas gradual. O boletim liberado pela SPE também seguiu ressaltando a importância da continuidade das reformas em 2020 e os ajustes fiscais a fim de manter o juro real baixo, que são essenciais para estimular tal crescimento esperado.
Outros dados divulgados incluem a diminuição da dívida bruta do governo, que deve ficar abaixo de 80% do PIB.
Ligação entre o partido PSL e o time de gestão do DPVAT passam por auditoria
Essa semana, a KMPG sinalizou um indício de ligação entre a Seguradora Líder, que faz a gestão e administração do DPVAT, e políticos e pessoas próximas.
Integrantes do PSL, partido pelo qual o presidente Jair Bolsonaro foi eleito, foram descobertos através de conexões não usuais, durante a auditoria. Entre o período de 2009 a 2016, teriam sido passados R$ 94 milhões para empresas próximas, cujos donos são ligados ao partido político, no diagrama estabelecido pela KPMG.
Ao mesmo tempo, os políticos listados receberam a parte R$ 330 mil para campanhas políticas em 2014, de doações de integrantes ou pessoas relacionadas à Seguradora Líder também.
Os acionistas das empresas mais beneficiadas pela seguradora, como a SaudeSeg, incluem integrantes como o tesoureiro do PSL.
A busca está sendo feita ainda e contém uma série de provas de WhatsApp, dado que a auditoria teve acesso a conversas dos Diretores da Seguradora. Outras provas e pessoas ainda estão sendo analisados, agregando ao caso.
Nestes arquivos, estão parte das provas encontradas, que envolvem até o vice-presidente do partido PSL, cujo escritório de advocacia recebeu mais de R$ 30 milhões entre 2014 e 2017, através de pagamentos da mesma seguradora.
Internacional
Guiana promete ser a nova aposta do petróleo mundial
Foi descoberta na Guiana uma das maiores fontes de petróleo do mundo. Segundo a Wood Mackenzie, é mensurado que o país produza em média 850 mil barris por dia, valor equivalente a um produtor grande da commodity. Por outro lado, a população da Guiana tem metade do tamanho da população de Colômbia, o que tornaria o país o maior produtor de petróleo per capta do mundo. Uma das possibilidades de desdobramento deste cenário é que a Guiana se valorize 14 vezes mais que a China.
Os economistas, apesar de depositarem expectativas no cenário, possuem sentimentos mistos quanto a capacidade do país se manter estável. Por histórico, países que possuem seu crescimento atrelados à commodity costumam sofrer com grandes problemas de desigualdade e má gestão pública, contendo casos atrelados a corrupção e desvio de dinheiro. Exemplos de casos como estes podem ser vistos no Timor Leste e Guiné Equatorial. Por ora, o mercado fica de olhos voltados para o cenário que vem se desenrolando.
Putin propõe reforma constitucional e gabinete é zerado
O presidente russo, Vladmir Putin, anunciou seus planos para o governo. Putin decidiu mudar a forma como as decisões governamentais são tomadas, entregando a um órgão a responsabilidade de escolher o primeiro ministro; o órgão em questão é a câmara baixa do parlamento, conhecida como Duma. Atualmente, a Duma apenas possuir responsabilidade para aprovar a escolha, feita pelo presidente.
O que mais impressionou sobre a apresentação foi a resolução do parlamente. Algumas horas após o discurso do presidente, o primeiro ministro, Dimitri Mededev, renunciou a seu cargo, junto com todo o parlamento. A renúncia foi feita ao vivo e ao lado de Putin, Medvedev anunciou que acredita no governo e as mudanças propostas irão reequilibrar os três poderes no país. Após isso, renunciou seu cargo e também todo o gabinete.
É esperado que as medidas aumentem o tempo de Putin na liderança do governo.
Principais índices financeiros
Bolsa
Mesmo sem motivos domésticos para subir neste início de ano, o Ibovespa fechou a sexta-feira aos 118.479 pontos, acumulando alta de 2,58% na semana. Os números positivos do varejo na China e de construção nos Estados Unidos animaram os investidores da bolsa brasileira.
Também marcaram a semana a assinatura da primeira fase do acordo da guerra comercial, os dados de vendas no varejo no Brasil abaixo do esperado e o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), com alta de 0,18%.
Ações das empresas do setor de mineração e siderúrgia subiram com força na sexta-feira, assim como as ações de frigoríficos, como a JBS (JBSS3), beneficiadas pela perspectiva de alta demanda pela China daqui para frente.
Dólar
O dólar comercial apresentou alta de 1,78% na semana, sendo cotado a R$ 4,16 no final da sexta-feira. Esta foi a terceira semana seguida de ganhos para a moeda americana.
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