24 de outubro de 2019
A Reforma foi aprovada, e agora?
Por: Julia Demolein
Tempo de Leitura: 7 minutos
A reforma da previdência tem sido um dos assuntos mais latentes no Brasil nos últimos anos, e com dada razão. Economias que no início da proposta chegavam em R$ 1.236 trilhão em 10 anos, chegaram ao 2º turno com uma economia prevista de R$ 800 bilhões.
Independentemente do valor ter caído em magnitude considerável, a reforma é imprescindível para o momento da economia brasileira. Na história do país já foram feitas outras reformas, mas do mesmo modo, em 2018, o rombo previdenciário chegou a R$ 290 bilhões de reais. Olhando para o futuro, o cenário apenas piora: segundo estudos do Senado, caso as regras continuassem iguais, por volta de 2026 o país usaria 80% de todo o seu capital arrecadado para pagar aposentadorias.
Para que seja gerada tal economia, os principais pontos abordados incluem: a alteração de idade mínima para aposentadoria, sendo 65 anos para homens e 62 para mulheres; mudanças na regra de cálculo base do benefício, que agora considera 100%; mudanças na pensão por morte; e a extinção da aposentadoria por tempo de contribuição.
A cada passagem por votação da proposta, uma série de pontos acabaram por serem cortados. No final, pautas como o BPC, o PIS, e a contribuição do FGTS acabaram inalterados, sendo retirados conforme o texto passava nas discussões. Para sua aprovação, a reforma precisou passar por duas votações na Câmara dos Deputados, onde foram votados os destaques propostos pelos deputados, e duas votações no Senado.
Ainda assim, em paralelo, está acontecendo a construção de uma “PEC Paralela”, a qual tem o objetivo de reunir pontos que não foram aceitos no texto principal e fazer com que os mesmos passem na Câmara, retirando parte da desidratação sofrida.
No momento econômico atual, a reforma está dando fôlego e a força para a retomada do país, que ainda segue lenta. Com ela, a confiança e a expectativa de melhoria dos investidores e do mercado aumentam, ao verem contas públicas mais equilibradas, e uma menor possibilidade de “falência” por endividamento de um país onde as contas previdenciárias aumentavam a uma taxa de quase 8% ao ano. Investimentos externos e privados nacionais também ajudarão a estimular a geração de novos empregos, o aumento do consumo, e a gradual retomada econômica tão esperada. Caso concretizada, a reforma já fará com que em 2022 o resultado primário do governo virasse positivo.
A retomada será consolidada aos poucos, na medida que a expectativa do PIB crescerá para 2,1% em 2020, com a inflação controlada dentro da meta, e um cenário de quedas de juros consecutivas. No restante das pautas econômicas, alguns pontos como a liberação do FGTS e possíveis execuções de uma reforma tributária também animam investidores. Parece que um momento no qual o Brasil rema adiante, enquanto o cenário econômico global se torna cada vez mais instável, chegou.
A partir da aprovação da reforma da previdência também, serão colocadas em pautas outras questões para o crescimento econômico brasileiro, e estas são vistas com mais otimismo também. Seguindo o mesmo caminho, uma possível reforma tributária poderá ser levada adiante, assim
como as PECs paralelas da própria previdência.
No cenário de investimentos, as mudanças na prática também serão e estão sendo bastante visíveis. Espera-se agora, que essa onda de juros baixos que vem acontecendo, permaneça por um horizonte mais longo do que imaginado. A taxa de juros real do Brasil atingiu um patamar mínimo, nunca visto na história, com uma projeção de chegar a menos de 2%.
Dito isso, a forma como todos os investimentos são feitos, e em quais ativos, deverão ser alteradas. O investidor terá que tomar mais risco, caso queira buscar os mesmos retornos que um dia já foram oferecidos. Hoje, com a SELIC em 5,5% e com perspectivas de queda, o maior retorno deve ser buscado através de um maior risco. Está na hora, do investidor brasileiro, adequar seus investimentos. Para entender quais são as melhores alternativas diante o atual cenário economico do país conte com o time da Blackbird Investimentos.
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