15 de março de 2019

Um panorama sobre as mulheres investidoras brasileiras

 

Por Sharon Halpern

 Tempo de leitura: 3 minutos.

Na semana passada tivemos o Dia Internacional das Mulheres. Instituído em 1975 pelas Nações Unidas, a celebração se iniciou em 1909, quando o Partido Socialista da América organizou um “Dia da Mulher” pedindo igualdade de direitos civis e a possibilidade do voto feminino. Mas apesar de todos os avanços conquistados até hoje, quando falamos sobre mercado financeiro e mais especificamente sobre investimentos, o cenário ainda tem as mulheres como minoria.

Uma pesquisa conduzida pela Morningstar em 2017 mostra que não só o sexo feminino tem menos autonomia na hora de investir seu patrimônio, bem como está menos presente em cargos de liderança de empresas de investimentos. Apenas 7% dos gestores são mulheres. Quando falamos da mulher como investidora, o cenário se repete. A mesma pesquisa mostra que dos cadastros no Tesouro Direto, apenas 25,7% são do sexo feminino. No que tange a renda variável, a atuação é menor ainda: somente cerca de 22,8% dos investidores da B3 são mulheres.

O exposto acima, contudo, não tem fundamento. No mundo das finanças comportamentais, por se sentirem menos seguras e serem mais cautelosas, a maioria das mulheres acaba tendo excelentes resultados. A menor impulsividade faz com que escolham melhor seus investimentos, levando muitas vezes a terem maiores ganhos do que os homens.

Quando falamos do perfil de investidor, as mulheres tendem a ser mais conservadoras, preferindo produtos como renda fixa e emissões bancárias como CDBs, LCAs, LCIs, CRIs e CRAs. Essa postura faz com que elas evitem explorar ativos mais arriscados como ações, fundos multimercado ou de ações, ou seja, produtos com maior risco.

O salário das mulheres também é menor quando comparado aos seus pares do sexo oposto. Uma pesquisa feita pela Catho em 2018 mostra que a remuneração feminina pode chegar a ter uma diferença de 38% em relação a dos homens. Com isso, elas têm menos patrimônio para investir e então poder diversificar suas classes de ativos.      

O futuro, porém, parece ter um quadro mais otimista. Nos últimos dez anos, o número de mulheres que opera em bolsa cresceu 10% – porcentagem ainda bem menor do que a masculina no mesmo período, mas que vem aumentando de forma exponencial. A mulher está mais consciente sobre sua autonomia e sobre a importância do seu papel como gestora do seu dinheiro, dos seus investimentos e até das finanças familiares.

 

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