6 de abril de 2020

Wrap Up Semanal

Brasil

Março tem recorde de saída de investimento estrangeiro da bolsa, investidor brasileiro resiste

Com os efeitos do coronavírus sendo cada vez mais perceptíveis sobre a economia, março foi um mês de alta volatilidade no mercado, e principalmente na bolsa de valores. O mês registrou um valor de saída recorde de capital estrangeiro, chegando a R$ 24,2 bilhões.

A saída estrangeira, de R$ 375 bilhões, mostrou um movimento na contramão do que os investidores brasileiros parecem estar fazendo. Segundo analistas, o movimento de entrada de R$ 17,6 bilhões da pessoa física brasileira na bolsa mostra uma atitude de aproveitamento de oportunidades. No mesmo mês, investidores institucionais tiveram uma entrada positiva de R$ 4 bilhões na bolsa.

No ano de 2020, o saldo de entrada de pessoas físicas brasileiras já chega a R$ 26,1 bilhões, quase igualando a saída estrangeira do mês da maior retirada histórica de valores.

Novamente, o mercado está agora vendo um momento de menos pânico, e mais frieza na hora de analisar a bolsa atual. Investidores no começo do ano entravam na bolsa por ainda não ter se iniciado a pandemia do coronavírus, e nem explicitados seus efeitos potenciais globais. Hoje, a entrada é vista como oportunidade. A queda da bolsa de valores, que alguns analistas defendem que já precifica os efeitos futuros nas empresas, está atualmente com preços não condizentes dos papéis. No momento, o investidor pessoa física e institucional olha para as oportunidades pensando no seu futuro ajuste.

Medidas e Orçamento de Guerra podem chegar a mais de 3% do PIB

Inicialmente previsto para alcançar o patamar de 2,97% do PIB, como divulgado novamente nesta semana, o número que representa o gasto com as novas medidas para combater e conter o coronavírus e seus impactos está sendo constantemente atualizado, com revisões para cima. Segundo o secretário especial da Fazenda, Waldery, novas medidas anunciadas a cada semana ainda terão de ser incorporadas na conta.

Dentre as medidas anunciadas, a mais custosa foi a aprovada nesta última semana, chamada de “coronavoucher”, a ajuda de R$ 600 aos trabalhadores informais, parcela que representa grande parte da população brasileira. O custo estimado é de mais de R$ 98 bilhões. Uma nova medida assinada na sexta-feira, o financiamento da folha de pagamento, ainda não está contabilizado no cálculo, o que somará ainda mais R$ 34 bilhões.

Com o nível de gasto de 2,97% do PIB anunciado até agora, seria previsto um déficit para o governo e as estatais de 5,5% do PIB. No entanto, tal cenário já se mostra novamente irrealista, pois considera um crescimento ainda positivo para o Brasil no cálculo. Atualmente, as projeções mais amplamente divulgadas pelo mercado, apontam para um caminho bastante negativo para a economia brasileira em 2020.

Fortemente apoiadas pelo ministro da economia Paulo Guedes, as medidas podem tomar ainda mais espaço. O ministro reiterou essa semana a importância do decreto de estado de calamidade pública, medida que possibilita o governo de não cumprir seus tetos de gastos e a meta fiscal, agradecendo a colaboração do Congresso para aprovação do Orçamento de Guerra, no combate à crise.

No combate à pandemia, Investimento público concentra aumento de 15%

Apenas nos primeiros três meses do ano, de janeiro a março, o investimento público chegou a R$ 5,8 bilhões nas áreas de Saúde, Educação e Justiça. O valor, esperado para ser menor em relação ao ano anterior, foi uma surpresa. Com os efeitos econômicos do coronavírus, e a possível crise e retração econômica se aproximando, era esperado que os investimentos caíssem consideravelmente.

O Ministério da Saúde, teve um aumento de mais de 85% de 2019 para 2020, representado principalmente pela implantação de novas unidades de atenção especializada em Saúde. Comparando o valor de R$ 844 milhões gastos com a Saúde, com pastas que normalmente tem índices consideravelmente maiores de focos de investimentos como a Infraestrutura, que recebeu R$ 1,31 bilhão, o crescimento foi extraordinário. A segunda pasta, comparativamente, teve aumento de apenas 0,95% no mesmo período.

Já o Ministério da Defesa, pasta que saiu na frente nos investimentos em 2019, ficou este ano empatado até com a pasta de Saúde. O ministério do Desenvolvimento Regional ficou ainda na frente, com investimentos de R$ 680 milhões apenas em março.

Os números apresentados são trazidos pela ONG Contas Abertas, cujo objetivo é dar maior visibilidade e transparência para os gastos, orçamentos e contas públicas. A ONG afirma ainda, ter percebido uma tendência de aumento no empenho de gastos públicos, o que pode vir a representar um aumento nos investimentos em 2020. No primeiro trimestre, comparativamente, o valor foi 36% maior do que em 201

Internacional

EUA é novo epicentro do coronavírus, estratégias de recuperação econômica e medidas para contenção da doença pelo mundo

O coronavírus continua a se alastrar pelos países. Neste cenário, os países da América do Norte e América latina vem traçando grandes estratégias de recuperação econômica. Um dos principais exemplos é o Peru: o país andino está criando um grande projeto de duas fases.

O megapacote econômico, em primeira instância, irá impulsionar a economia. Serão gastos cerca de US$8,5 bilhões para um estágio de contenção. Após esta fase, uma linha de crédito será concedida para empresas, também no valor de US$ 8,5 bilhões. Por fim, um novo aporte de US$8,5 bilhões será injetado na economia novamente. O grande projeto investirá cerca de 12% do PIB do Peru na economia local.

De outro lado, o continente americano possui o novo foco do coronavirus. Os EUA possuem o maior número de infectados no mundo, apesar de não estar em estado de calamidade de saúde como a Italia, os mais de 245mil preocupam e colocam o país, antes cético com a doença, em estado de quarentena.

Cada país do globo vem tomando providencias que acreditam ser mais corretas para o momento que o mundo vem passando. A Rússia anunciou na última sexta feira, dia 3, que cancelaria todos os voos domésticos e internacionais. Já

Cingapura, fechou escolas por 30 dias e a Tailândia instituiu o toque de recolher. Todas essas medidas buscam conter o avanço da doença na população, uma vez que estes países ainda não figuram no topo do número de infectados.

Estados Unidos iniciam produção de defesa

A nova estratégia adotada pelo país tem o objetivo de guardar materiais essenciais para a atual fase do coronavírus no país. Em uma coletiva, Trump declarou o início da produção de defesa, um movimento que dedica parte da produção das empresas privadas dos EUA ao setor público. O estado da nação americana é alarmante, apenas durante o final de semana, aproximadamente 8,500 pessoas vieram a óbito.
Apesar de duras críticas internacionais, o presidente americano irá manter sua posição. Durante o pronunciamento disse que não quer outros países conseguindo máscaras e assumiu que o ato pode ser visto como retaliação. Trump já autorizou o confisco de encomendas para Berlim e outros países.

Principais índices financeiros


Bolsa

A semana terminou com o petróleo em disparada, com a expectativa de que Arábia Saudita e Rússia cortem suas ofertas da commodity. Porém, a melhora no cenário não foi o suficiente para tirar as bolsas do negativo. A sexta-feira teve mais um pregão de perdas, enquanto o coronavírus continua acumulando vítimas pelo mundo e dados econômicos negativos continuam a ser anunciados nas principais economias.

No acumulado da semana o Ibovespa registrou mais de 5% de perdas, terminando a sexta-feira aos 69.537 pontos.

Dólar

O último dia da semana, o Banco Central realizou mais uma intervenção na moeda americana, porém que não impediu que o dólar chegasse a mais um recorde, o câmbio bateu R$ 5,32 no final da sexta-feira. O resultado significou alta de 4,4% no acumulado dos últimos 5 dias de negociação. No ano, a moeda já acumula 31,48% de alta, quinta maior valorização anual desde 1995.

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