5 de fevereiro de 2018

Wrap Up Semanal

Brasil

Temer afirma que faltam 40 votos para aprovar reforma da Previdência

Temer afirmou na última sexta-feira, dia 02, que faltam 40 votos, sendo que há 270 votos contabilizados, para aprovar a reforma da Previdência. Ainda que haja um pessimismo sobre a perspectiva de aprovar a reforma ainda este mês, Temer elogiou os presidentes da Câmara e do Senado na busca de votos em favor da mudança.

O presidente também voltou a elogiar a reforma ao colocar que ela fará com que trabalhadores do setor público e privado ganhem a mesma coisa ao se aposentarem. Ele acredita que se nada for feito, a Previdência irá causar um rombo de cerca de 320 bilhões nas contas públicas. Isto leva a investidores, principalmente os de fora do país, verem o Brasil como menos seguro para honrar com suas dívidas, buscando assim outras alternativas para aplicar seu dinheiro.

Avançam as negociações entre Embraer e Boeing

Na sexta-feira as ações da Embraer fecharam em alta na bolsa, sendo cotados a R$ 21,30, refletindo a crença do mercado que as negociações entre a brasileira Embraer e a americana Boeing estão cada vez mais aquecidas.

Em nota, a Embraer admitiu que segue negociando com a Boeing e isso pode incluir a formação de uma outra sociedade, porém não existe ainda valor e nem modelo para isto. O presidente Michel Temer colocou categoricamente que o controle da empresa brasileira não será afetado. Por possuir uma golden share desde a privatização, o Brasil tem poder de veto sobre algumas mudanças na empresa. Por este motivo, ganhou força a criação de uma joint venture, terceira empresa, com foco na aviação comercial, segmento em que ambas as empresas se complementam.

COPOM pode reduzir taxa básica de juros pela 11a vez seguida nesta semana

Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) realizará a primeira reunião de 2018 esta semana para definir os rumos da Taxa Selic. A expectativa de instituições financeiras é que os juros caiam de 7%, fixada pouco mais de um mês atrás, para 6,75% ao ano. Caso a expectativa se confirmar, será o décimo primeiro corte seguido na taxa. O recorde mais baixo anterior havia sido em outubro de 2012 a abril de 2013, quando esta ficou em 7,25%.

Segundo o ex-diretor do Banco Central, Carlos Eduardo Freitas, a taxa real, que representa a taxa de juros liquida de inflação, está muito baixa, correndo o risco de ocorrer uma alta na inflação. Porém, a expectativa do mercado financeiro é de que esta, representada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, termine este ano em 3,95%, abaixo do centro da meta de 4,5%.

Governo anuncia bloqueio de R$ 16,2 bilhões no orçamento

O governo anunciou nesta sexta-feira o bloqueio de R$ 16,2 bilhões no orçamento de 2018. Ao mesmo tempo, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que não há alterações significativas dos parâmetros econômicos em relação à Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018. Uma das principais mudanças em tais parâmetros foi o aumento da estimativa de crescimento de 2,5% para 3% neste ano.

Devido a esta nova projeção, segundo Dyogo Oliveira, não será necessário realizar cortes no orçamento, porém, em quanto o novo projeto não é aprovado no Congresso, o bloqueio de R$ 16,2 bilhões permanece.

O ministro citou que houve redução na estimativa em gastos com o Fies de cerca de R$ 1,5 bilhão, devido a uma menor inadimplência por parte dos alunos. Por outro lado, houve um aumento nos gastos públicos com pessoal, uma vez que foi transferido para o ano que vem o reajuste dos servidores públicos.

Fonte: Valor, escrito por Edna Simão e Fabio Graner.

Internacional

Economia dos EUA gera 200 mil vagas em janeiro

A economia dos Estados Unidos adicionou 200 mil vagas em janeiro e os salários subiram ao ritmo mais acelerado em mais de oito anos, conforme dados do Departamento do Trabalho. Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego ficou em 4,1% pelo quarto mês consecutivo, o menor nível desde 2000.

Os dados sugerem que a economia americana segue sólida, impulsionada pelo crescimento global e pelo consumo doméstico.

O salário médio por hora subiu US$ 0,09, para US$ 26,74, após um aumento ainda maior no último mês de 2017. Em 12 meses, os salários aumentaram 2,9%, o maior ganho desde o fim da recessão há oito anos.

Acredita-se que a expansão americana prosseguirá, o que pode trazer um fortalecimento do dólar frente as outras moedas e um aumento da inflação interna.  O que pode ser um orientador para apostar em fundos cambiais e em empresas com preços cotados em dólares. A conferir a evolução desses dados.

Reino Unido já sente efeitos negativos com a saída do Brexit

Um relatório atual feito pelo governo indica uma queda no crescimento da economia britânica entre 8% e 15% nos próximos 15 anos, em consequência do Brexit.

Esse relatório ainda não foi aprovado pela cúpula do governo britânico, porém as evidências mostram que a decisão de deixar a União Europeia já está causando danos a economia local.

Uma primeira evidência é a queda no crescimento do PIB em comparação a União Europeia. Enquanto essa valorizou seu Produto Interno Bruto em 2,5% o Reino Unido cresceu 1,8%, muito mais por causa de uma economia mundial aquecida do que por seus próprios méritos.

Outro impacto é a perda de poder de compra do povo britânico. A inflação está aumentando, impactada por produtos importados e a desvalorização da Libra em relação ao Euro. Os preços estão subindo acima do crescimento do poder de compra, o que causa a sensação de que hoje se compra menos do que antes do Brexit.

Como consequência, para conter a inflação, o Banco da Inglaterra teve que aumentar os juros pela primeira vez em mais de uma década.

Principais índices financeiros

Bolsa

Após subir 17,8% desde sua última semana negativa em meados de dezembro, o Ibovespa voltou a registrar uma semana de desvalorização, de 1,7%. Alternando-se entre altas e quedas modestas até sexta-feira, o índice brasileiro se manteve resiliente entre os emergentes, ao passo que o MSCI Emerging Markets registrava sucessivas quedas e terminou a semana em forte desvalorização de 5,8%. Ainda assim, em função do excelente desempenho desde dezembro, o indicador referência para mercados emergentes encerrou janeiro em alta de 8,3%. O Ibovespa, por sua vez, descolou positivamente do referencial, para encerrar o primeiro mês do ano com alta ainda mais impressionante, de 11,1%. Diante de um mês com retornos atipicamente elevados, foi possível observar fundos que entregaram +1.000% do CDI, retornos impactados também pelo bom desempenho de outras classes de ativos. Por exemplo, títulos como a NTN-B com vencimentos mais longos (2035) chegaram a registrar quase 8% de valorização no mês passado. A sexta-feira foi decisiva para o desempenho semanal negativo do Ibovespa, embora o movimento não represente, por si só, um sinal de alteração da tendência vigente. É natural que o mercado apresente algum período de realizações e movimentações mais contidas dada a escalada vertiginosa observada em curto intervalo de tempo.

Dólar

O dólar encerrou a última semana cotado a R$ 3,21, em alta de 2,4% para o período e encerrando assim um sequência de mais de um mês de desvalorização frente ao real. A moeda norte-americana também recuperou, ainda que de forma modesta, parte da queda frente a outras moedas globais que vem sofrendo desde o final de 2017. Em mais um exemplo de reações que à primeira vista parecem não ter sentido, a divulgação dos dados de geração de empregos no EUA trouxe números positivos, acima do previsto, e investidores reagiram vendendo ativos de risco, principalmente nas bolsas em diversos mercados do mundo. O principal argumento explicativo oferecido por participantes do mercado é de que os juros nos EUA deverão subir mais rápido frente ao aquecimento da economia do país, e apontam para o ‘elevado’ nível de 2,8% que os juros de 10 anos atingiram na sexta-feira, o maior em quatro anos. No entanto, se apelarmos para a história, e olharmos para nível em detrimento de variações, os juros nos EUA ainda encontram-se muito abaixo de suas médias dos últimos 20 anos.

 

 

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