5 de março de 2018

Wrap Up Semanal

Brasil

Desemprego Crônico no Brasil

A última crise deixou cicatrizes profundas no mercado de trabalho brasileiro. O desemprego de longa duração, ou “crônico”, atingiu 5 milhões de pessoas no quarto trimestre de 2017.

O Brasil terminou o ano de 2017 com 12,3 milhões de pessoas desempregadas, seja em atividades formais ou informais. (Pnad, IBGE). Os jovens (14 a 29 anos) aparecem como a parcela mais afetada pelo desemprego crônico, representando 54,1% dos 5 milhões. Aqueles com ensino superior, representam 9,4% dos desempregados crônicos.

Definido por aqueles que buscam emprego há 1 ano, ou mais, o desemprego crônico é um sinal grave para a possibilidade de recolocação do trabalhador no mercado.  Especialistas afirmam que quanto mais tempo o trabalhador desempregado passa fora do mercado, menores são suas chances de recolocação.

Os princípios que norteiam as dificuldades de recolocação são desatualização do profissional e marca psicológica para os contratantes, que entendem o período como uma limitação profissional.

PIB cresce 1% e Perspectiva é Positiva

A economia brasileira cresceu 1% em 2017. Após dois anos de recessão (2015/2016) e redução de 7% de seu Produto Interno Bruto, o Brasil voltou a crescer com perspectivas positivas para o futuro.

Capitaneado pelo consumo das famílias, item que representa dois terços do produto brasileiro, os primeiros sinais de recuperação econômica se solidificaram no quarto trimestre de 2017. No último trimestre do ano passado, houve leve desaceleração do consumo das família e aumento dos investimentos de empresas em máquinas, equipamentos e construção. O aumento nos investimentos simboliza uma confiança no consumo futuro por parte do empresariado e expectativa de demanda no médio/longo prazo.

O destaque foi para o crescimento do setor agropecuário (+13%). Já os setores de serviços (+0,3%) e indústria (estável) veem a interrupção na contração do PIB gerado, como um sinal positivo para a recuperação do crescimento em 2018.

Internacional

Trump anuncia que vai aumentar as taxas sobre aço e alumínio

O presidente dos EUA, Donald Trump anunciou na última quinta-feira, dia 1, que irá aumentar as taxas de importação sobre o aço e o alumínio. Ele prometeu aumentar em 25% as tarifas sobre o aço e 10% sobre o alumínio. Segundo Trump a medida deverá ser imposta pois o crescimento dos produtos importados chineses tem derrubado os preços dos produtos americanos, sendo portanto uma “ameaça a segurança nacional”. Mais tarde, o secretário de Comércio dos EUA, afirmou que a sobretaxa irá incidir sobre a mercadoria de todos os países.

A União Europeia  afirmou que também está preparando barreiras comerciais em resposta a medida americana. Afirmaram que irão taxar bebidas, roupas e motocicletas, das marcas Levis e Harley Davidson, respectivamente.

O anúncio do aumento da taxa sobre o aço fez com que ações das companhias siderúrgicas brasileiras Usiminas e CSN caíssem, assim como ocorreu nos EUA com os papeis da Boeing e da Caterpillar.

Desemprego sobe na Itália antes das eleições

O relatório divulgado as vésperas das eleições na Itália, que mostrou que o desemprego subiu para 11,1%, fez com que o governo se protegesse, demonstrando suas realizações. O premiê italiano, Paolo Gentiloni, afirmou que há mais crescimento, menor déficit e divida pública e mais empregos.

O governo de centro- esquerda de Gentiloni corre o risco de perder seu posto para um dos dois partidos de extrema direita, Liga Norte ou Irmãos da Itália, em eleições no dia 4. O principal motivo de insatisfação com o governo atual é o baixo ritmo de recuperação da economia italiana, que mesmo com a aceleração para 1,5% ao ano, ainda é inferior aos países da zona do euro.

 

Principais índices financeiros

Bolsa

O Ibovespa encerrou a última semana em queda de 1,8%, encerrando o período na marca de 85,8 mil pontos. Novamente, o índice brasileiro se mostrou mais resiliente quando comparado o outros referenciais, e  enquanto que o S&P registrou baixa de 2% para a semana, o MSCI Emerging Markets experimentou variação ainda mais acentuada, com queda de 3,2%. A resiliência do índice da bolsa brasileira ao movimento de correção pelo qual passam os mercados fica ainda mais nítida em intervalo maior: no mês de fevereiro, o S&P acumulou queda de 3,9%, o MSCI EM de 5,9%, enquanto que o Ibovespa conseguiu se manter em terreno positivo, fechando o último mês em alta de 0,7%. Alguns pregões dominados pela ponta vendedora vieram a trazer algum equilíbrio para o Ibovespa, que encontrava-se em estado bastante comprado pela vigorosa subida observada em apenas dois meses. Afinal, o índice registrou a impressionante marca de 11,9% de alta nos primeiros dois meses do ano, e participantes do mercado acreditam que o movimento pode continuar com força, a despeito do período eleitoral que nos aguarda nos próximos meses. Enquanto os riscos não se traduzirem em algo mais tangível (uma reversão de fortuna no cenário internacional ou a ascensão de um candidato populista, por exemplo), as teses construtivas a respeito da economia brasileira devem prevalecer e o índice acompanhar a expectativa do mercado.

Dólar

O dólar encerrou a última semana cotado a R$ 3,25, em leve alta de 0,3%. Tal como o observado para a bolsa brasileira, o real experimentou menores flutuações durante a última semana, encerrando o período com desempenho melhor do que a maioria de seus pares emergentes. A sexta-feira, marcada principalmente pelas repercussões acerca do anúncio de possíveis barreiras tarifárias nos EUA para produtos como aço e alumínio, encerrou uma semana de comportamento mais errático para a moeda americana. Enquanto que o dólar manteve-se estável frente uma cesta de 6 pares globais, com leve alta de 0,06% para o índice DXY, o euro manteve-se resiliente com ganho de 0,3% para o período frente ao dólar. O mês de fevereiro marcou o primeiro ganho mensal para a moeda dos EUA desde outubro, que pode ser relacionado ao aumento (ou reaparecimento para alguns) da volatilidade que se viu nos mercados. Em função de seu status como ativo de segurança, o dólar naturalmente foi mais demandado durante esse período de agitação recente.

 

 

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