19 de agosto de 2019

Wrap Up Semanal

Bolsonaro diz que com maior profundidade da crise Argentina, o Brasil sairá do Mercosul

Na última sexta-feira (16), Bolsonaro enfatizou a declaração do ministro da economia Paulo Guedes, que afirmou que caso a oposição argentina vença as eleições presidenciais e apresente menores indícios para abertura econômica do Mercosul, o Brasil poderá deixar o bloco.

As prévias eleitorais impactaram fortemente o mercado da Argentina gerando efeitos negativos, inclusive para o mercado brasileiro. Uma pesquisa nacional indicou maior probabilidade de vitória da chapa que Cristina Kirchner faz parte recebendo 47% dos votos. O atual presidente, Mauricio Macri, ficou com 32%.

Segundo dados da FGV, economia brasileira avança 0,2% no segundo trimestre

De acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, divulgada na última quarta-feira (14), o PIB brasileiro avançou 0,2% no segundo trimestre de 2019. A pesquisa, chamada de Monitor do PIB, estima mensalmente o PIB brasileiro com objetivo de prover um embasamento mensal da economia do país.

A mesma pesquisa no mês passado demonstrou um crescimento de 0,7%. Para o levantamento de dados a metodologia da pesquisa leva em consideração as Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado para o segundo semestre seguindo uma análise monetária revela um avanço onde o PIB alcançou cifra de R$ 3,469 trilhões.

BNDES poderá assumir mais riscos em operações de crédito

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, demonstrou que nova política do BNDES será de assumir maiores riscos. Em entrevista ao Valor Econômico, Montezano afirmou que pretende que a instituição passe a assumir mais riscos em operações de crédito.

Para o presidente do Banco, as últimas gestões elaboraram estratégias mais “ousadas” e apoiaram grandes empresas com a compra de participações acionárias, por meio da BNDESPar. “O banco é extremamente conservador no risco de liquidez e crédito. E olha pouco para risco de mercado e risco reputacional”

Por outro lado, se voltar mais para este tipo de estratégia pode trazer efeitos negativos ao BNDES uma vez que, aumentando o risco de crédito, tende a aumentar também o nível de inadimplência do banco. Em entrevista, Montezano alegou ter ciência deste fato, que provavelmente fará com que a menor taxa de inadimplência do mercado, contida pelo BNDES, possa se desestruturar.

Internacional

Fed convoca reunião frente à guerra comercial

Após as últimas decisões da China, o FED procura discutir sobre a volatilidade global. Na última semana, Trump recuou quanto a imposição da tarifa de 10% sobre U$ 300 bilhões das importações chinesas. O presidente americano postergou a implicação das tarifas para não atrapalhar a aquisição de insumos para a celebração de Natal nos EUA. A medida, caso imposta em setembro como previsto, poderia diminuir as importações chinesas e afetar o consumo nessa data. Apesar disto, a China não voltou atrás com sua contramedida monetária, que levou à baixa no preço do yuan.

Este cenário levou o FED a abordar o tema na reunião de Jackson Hole. O simpósio anual de política monetária irá analisar os riscos de volatilidade global frente à tais medidas e as possibilidades de futuro para a economia não só americana, como mundial.

Brasil e Índia entram em choque quanto ao açúcar

As duas potências disputam quando à estabilização de preço da commodity. A Índia vem produzido uma grande safra de açúcar, a qual a equipara às grandes potências exportadoras. Acredita-se, porém, que o país pode estar especulando o preço de sua safra e freando o comércio dos outros países. Desde a safra de 2011 o país dobrou o preço mínimo da cana de açúcar.

Em desvantagem, o Brasil recorre à OMC em busca de uma intervenção. A estratégia indiana de inflacionar o preço da commodity faz com que outras potências, como o Brasil, vendam a cana de açúcar por um preço mais baixo, como forma de equilibrar o mercado. Segundo análises do governo brasileiro, essa atitude vai contra o Acordo sobre Agricultura da OMC.

BOLSA

O Ibovespa encerrou a semana acumulando uma baixa de 4,02%, retornando desta forma ao patamar abaixo de 100 mil pontos. O período foi marcado por alta volatilidade, influenciado principalmente por questões internacionais.

Na segunda feira, após o resultado das eleições presidenciais primárias na Argentina, o índice despencou e seguiu a semana em baixa. A divulgação de dados econômicos da China e da Alemanha e a guerra comercial entre EUA e China também contribuíram para a baixa do índice.

A semana marcou o fim da temporada de divulgação de balanços das empresas brasileiras, que apesar de registrarem números positivos, não foram suficientes para evitar a variação negativa do período. Segundo a Economática, o lucro líquido somado de todas as companhias listadas na B3 cresceu cerca de 73% se comparado aos dados do mesmo período de 2019.

 

DÓLAR

Na sexta-feira o dólar terminou cotado a R$ 4,00, maior valor de fechamento dos últimos 3 meses. Na semana, a valorização da moeda frente ao real foi de 1,59%.

O resultado foi também fruto de um cenário internacional delicado e do medo a uma recessão global próxima, que leva os investidores a agirem com maior cautela e buscar maior proteção em moedas fortes, como o dólar.

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