18 de maio de 2020

Wrap Up Semanal

Brasil

Taxa de desemprego no Brasil aumenta no 1° trimestre de 2020

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última sexta-feira os dados sobre o número de desempregados no Brasil. No 1° trimestre de 2020 o número de desempregados aumentou para 12,8 milhões de pessoas. Em comparação ao último trimestre de 2019, houve um aumento de 1,1 milhão de pessoas.

O IBGE também divulgou uma pesquisa para verificar há quanto tempo cada cidadão estava desempregado. Do número total, 2,3 milhões de pessoas estão desempregadas a menos de 1 mês, 5,8 milhões de pessoas de 1 mês a 1 ano, 1,6 milhões de pessoas de 1 ano a menos de 2 anos e 3,1 milhões de pessoas estão a 2 anos ou mais.

Com isso, aproximadamente 18% dos desempregados estão a menos de 1 mês nessa situação, muito pela necessidade de cortar custos por grande parte dos donos das empresas, e pelo grande número de empresas que foram fechadas durante a pandemia.

A taxa de desemprego entre jovens de 18 a 24 anos atingiu 27,1%, um número muito maior do que a média geral de 12,2% no país. Com destaque para o Nordeste que atingiu 34,1% de desempregados nesta faixa etária.

Antes de completar 1 mês de cargo, Teich deixa o Ministério da Saúde

Após o até então Ministro da Saúde, Nelson Teich, discordar de alguns temas com o presidente Jair Bolsonaro, ele deixou o cargo antes de completar 1 mês de trabalho.

O ministério divulgou uma nota oficial noticiando sobre o pedido de demissão de Teich, mas alguns assessores da saúde afirmaram que ele foi demitido do cargo.

As principais divergências entre os dois, foram sobre as medidas de isolamento e o uso da cloroquina no tratamento do covid-19. Bolsonaro defende uma maior flexibilização e uma medida mais imediata e ampla no isolamento, e também que o uso da cloroquina seja utilizado no protocolo inicial do tratamento da covid-19.

O favorito para assumir o cargo de Ministro da Saúde é o general Eduardo Pazuello, amigo do presidente Jair Bolsonaro e que assumiu o ministério

interinamente. Pazuello era secretário-executivo do Ministério da Saúde e concentrava as tomadas de decisões práticas durante a gestão de Teich.

Revisões negativas para o PIB são renovadas

Ao longo da semana, grandes casas de análises e bancos liberaram suas novas previsões para o PIB brasileiro de 2020. Com um consenso de grande parte, as quedas e a contração do PIB se intensificaram, grande parte trazido pelo coronavírus, mas também pela crise política brasileira ganhando cada vez mais preocupações.

O Bank of America reduziu sua projeção de -3,5% para -7,7%; o Goldman Sachs afirmou uma possível queda de até 8%, e o Itaú diminuiu sua projeção para -4,5%. A tendência foi também considerando os resultados dos impactos do coronavírus nos primeiros meses, sendo maiores do que o esperado. Com isso, esperam que os resultados econômicos de abril também sairão pior do que o previsto. O lockdown era também provável que acabasse mais cedo, porém com as ondas de Covid-19 ainda voltando, e o contágio fora do controle, analistas do mercado vêm espaço para que a volta da normalidade das cidades seja apenas em julho.

Somado à essa situação, os ruídos políticos que vem se intensificando provavelmente jogarão as agendas de reformas do governo, apenas para período pós-crise. No entanto, é essencial que isso seja concluído, a fim de buscar uma retomada de fato da economia.

O Ministério da Economia declarou também essa semana, que suas análises mostram uma volta da Economia para níveis pré-coronavírus apenas em 2022, e a previsão de PIB para 2020 passou a ser de -4,7%, com a recuperação em ´V´ sendo cada vez menos prováveis. Junto a isso, o subsecretário de Política Macroeconômica ressaltou também a característica estrutural e permanente que a crise pode trazer, que é um nível de desemprego acima do pré-crise, mesmo no longo prazo.

Em linha com a expectativa, o Goldman Sachs reforçou a visão de volta dos níveis apenas para 2022, mas também destacaram oportunidades na bolsa no médio prazo. A previsão deles para o Ibovespa, é de voltar a 95.000 pontos em 12 meses, com destaques principalmente para o setor financeiro.

Internacional

OMS reforça necessidade de apoio global para América Latina

A região é uma das mais afetadas com o pico da infecção do coronavírus. Diferentemente do cenário europeu, onde o vírus já está sendo superado em muitos países, na América Latina, algumas nações começam a registrar seus maiores números de casos infectados. Países como Chile decretaram a quarentena obrigatória, na tentativa de conter a contaminação.

De forma a superar a crise, a OMS segue a sugerir uma coalizão global. Em uma coletiva com Carlos Quesada, presidente da Costa Rica, foi sugerida a criação de parcerias com o setor privado, tanto para realizar pesquisas, quanto para o controle de preços. O porta voz da OMS ressaltou que a pobreza influencia na pandemia, tanto em fatores econômicos, quanto de facilitadores da transmissão.

México estuda abertura em três fases

O país estuda um modelo de abertura baseado em fases “semafóricas”. A intensão e iniciar a retomada de atividades sociais, educativas e econômicas; mesmo com seus mais de 40 mil infectados e leitos de hospitais cerca de 70% lotados.

O modelo de reabertura é baseado em uma progressão gradual. O governo irá analisar os municípios e classificá-los com as cores: verde, amarelo ou vermelho. A lógica da classificação é baseada no número de casos de infectados pelo coronavírus na cidade e em regiões vizinhas. Caso classificada como verde, a região começará a receber o processo da “nova realidade”, na qual a população receberá treinamento e os locais de trabalho serão adaptados.

Principais índices financeiros


Bolsa

A semana, mais uma vez, acabou marcada pelas preocupações sobre o rumo da pandemia do Covid-19 no mundo, mas sobretudo com os investidores demonstrando temores que recaem especialmente sobre o Brasil e ruídos políticos locais. Isso refletiu no principal índice da bolsa de valores de São Paulo, que encerrou a sexta-feira em queda de 3,37% no acumulado da semanal, aos 77.556 pontos. No último dia da semana, as quedas foram intensificadas com o pedido de demissão de Nelson Teich do Ministério da Saúde, em menos de um mês após de assumir o posto. A reação do Ibovespa com a saída do ministro foi de queda de 1, 84% na sexta-feira.

A última semana também foi marcada pelo final da temporada de balanços das empresas listadas referente ao primeiro trimestre desse ano. Entre os principais destaques, está a Petrobras (PETR3; PETR4), que reverteu o lucro do mesmo período do ano passado, apresentando prejuízo líquido de R$ 48,523 bilhões. Em release, a companhia afirmou que a o resultado se deu pela queda do preço do Brent e perdas com variação cambial frente a forte desvalorização do real contra o dólar que temos acompanhado desde o começo de 2020. A forte alta do dólar também impactou os resultados financeiros das exportadoras JBS (JBSS3) e Suzano (SUZB3), que apresentaram prejuízos de R$ 5,9 bilhões e R$ 13,42 bilhões respectivamente, ambos decorrente majoritariamente da linha financeira das empresas, uma vez que, a receita líquida da JBS subiu 27,3% no primeiro tri de 2020 enquanto a receita líquida da Suzano teve alta de 22%.

Por outro lado, a B3 (B3SA3), única bolsa de valores aqui no Brasil, registrou lucro de R$ 1,02 bilhão, alta de 69,1% em relação ao ano anterior. Copel (CPLE6) e Cyrela (CYRE3) também divulgaram lucro líquido em seus balanços, sendo a companhia de energia com R$ 593,9 milhões de lucro líquido, representando alta de 16,1%, enquanto a construtora reportou R$ 48,235 milhões de lucro, que representou queda de 21,44% em comparação ao ano anterior.

 

Dólar

O dólar comercial completa mais uma semana de alta, decorrente também da forte incerteza política aqui no Brasil. No acumulado semanal, a moeda fechou com 1,73% de alta, cotada a R$ 5,83 no final da sexta-feira.

Analistas atribuem a forte valorização da moeda frente ao real às incertezas em relação as economias pelo mundo, levando a uma maior busca por ativos considerados seguros, assim como a redução do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos.

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