13 de abril de 2020

Wrap Up Semanal

Brasil

Governo libera novo saque do FGTS, injetando R$ 35 bilhões na economia

Semana após semana, vemos as novas medidas tomando forma e sendo aprovadas no combate aos efeitos econômicos trazidos pelo coronavírus. Uma nova medida entrará em vigor, liberada pela MP 946, a qual liberará um novo saque do FGTS, de R$ 1.045 por trabalhador.

O valor a ser liberado, vem de uma parcela do montante das contas individuais do PIS Pasep, da parte que foi extinta em 1988. Esses valores não foram retirados ao longo do tempo, e o recurso foi transferido para o FGTS. A MP editada, permite que os indivíduos saquem esse valor até o ano de 2025, após essa data o recurso será doado à União.

O sistema do PIS Pasep em si não mudou, mas foi feito um planejamento de recursos para dar mais liquidez ao FGTS, permitindo novos saques.

O valor que foi transferido, parte extinta do PIS Pasep, foi somado com uma realocação de R$ 14 bilhões, referentes aos saques liberados do FGTS no ano passado, que não foram realizados. No total, são R$ 35 bilhões liberados, permitindo um saque total R$ 1.045 por trabalhador.

A medida, não traz novos gastos e injeções de fora, mas reorganiza o caminho do recurso que ficou parado em duas pastas importantes. Portanto, a possibilidade de tais resgates caiu em um bom momento, fomentando ainda mais a economia para não sofrer em tão grande escala com uma possível crise econômica, em um momento crítico, trazendo benefícios sem um grande impacto fiscal.

Caixa terá nova linha de R$ 43 bilhões para o setor de crédito imobiliário

Continuando com as medidas anunciadas devido ao impacto do coronavírus, a Caixa declarou essa semana que liberará o valor de R$ 43 bilhões em novas linhas para conter efeitos sobre o mercado imobiliário. A Caixa, que já havia concedido a liberação de R$ 111 bilhões em novas linhas, agora chega ao total de R$ 154 bilhões. No total serão nove novas medidas tomadas, que buscam deixar o funcionamento da sociedade mais normalizado, com pessoas e empresas funcionando.

Os R$ 43 bilhões serão utilizados principalmente para antecipar o financiamento e o cronograma das obras, e novos financiamentos do programa Minha Casa, Minha Vida, segundo o vice-presidente da Caixa Econômica Federal.

Com o novo valor liberado, o setor imobiliário terá capacidade de manter 1,2 milhão de pessoas trabalhando, e ainda com acordos sobre a atitude de não demitir funcionários durante a crise do coronavírus. Ao mesmo passo, serão feitas 530 mil unidades habitacionais novas com o montante. Todos os contratos de prestações de pessoas físicas serão postergados em 90 dias também, beneficiando mais de 1,5 milhões de famílias brasileiras.

A Caixa tomou também essa semana atitudes principalmente visando a sobrevivência de construtoras, flexibilizando o fluxo de caixa do setor, e trazendo mais liquidez para manter empregos.

Alguns medidas incluem a antecipação de até 20% do financiamento a produção de empreendimentos de obras a se iniciarem, a liberação antecipada de recursos correspondentes a até três meses, e a possibilidade de prorrogação do início das obras planejadas em até 180 dias.

IPCA de março é divulgado, valor é o menor desde 1994, e previsão anual bate no piso da meta

Nesta quinta-feira, 09 de abril, foi divulgado o índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA). O resultado foi o menor para o mês desde 1994, ficando com um avanço de apenas 0,07%. O mesmo índice, para fevereiro, ficou em 0,25%.

O resultado era fortemente esperado para ter uma mensuração mais definida a respeito dos impactos na economia real pela crise do coronavírus. Como pudemos observar, a desaceleração está ficando mais concreta. Na janela dos últimos 12 meses até fevereiro, o índice havia ficado em 4,01%. No entanto, com o novo valor de março e a nova janela, o número caiu para 3,30%.

Todo mês é feita uma análise também a respeito de quais setores ou categorias fizeram tal índice de preços subir ou descer. Neste caso, o que mais influenciou para que a inflação ficasse ainda abaixo da esperada de 0,10%, foram as quedas mais bruscas de preços nos setores aéreos e de combustíveis.

A queda nos preços de petróleo, iniciada principalmente pelos desentendimentos comerciais nos países que pertencem à OPEP, Arábia Saudita e a Rússia, fez com que os valores caíssem 1,88% no mês. No caso da gasolina em si, na realidade brasileira, a Petrobras anunciou uma queda de 5% no preço do combustível.

O setor aéreo, outro também dos mais afetados nesse começo de ano pela crise do coronavírus, teve uma queda de quase 17% nos preços das passagens (índice calculado dois meses antes).

Com a soma da influência dos dois setores, o índice de inflação teve uma diminuição de 0,18% em março.

A meta inflacionária para 2020 é de 4%, no entanto, especialistas e pesquisadores já afirmam estimar uma inflação beirando o piso da meta. A discussão a respeito dos efeitos na economia que o coronavírus trará nesses próximos meses, segue forte, e com os novos números de inflação sendo publicados, e o efeito real sendo sentido, cresce a discussão de possíveis novas políticas monetárias adotadas pelo Banco Central.

Internacional

Mundo e seus breves sinais de recuperação 

Países estudam reabertura em poucos meses, projeções econômicas buscam recuperação e líderes se recuperam da COVID-19. A Europa, uma das grandes regiões afetadas pelo vírus, começa a traçar estratégias para encerrar a quarentena. Espanha é um dos primeiros países a estudar o fim o lockdown. Segundo especialistas, após uma diminuição de mortes e novos casos de contágio, setores não estrategicamente importantes poderão voltar a operar normalmente  a partir de segunda feira; alguns desses setores são construção e indústria. Além desta, outra boa notícia vinda da Europa é a saída de Boris Johnson da UTI.

Assim como a Espanha, EUA também estuda o final do lockdown. Apesar de não tão rápido quanto a Espanha, Trump busca a reabertura do país em meados de maio. O presidente e ministros afirmam que é possível encerrar a quarentena gradualmente por estados, porém não há estrutura para controlar a situação geral do contagio. Positivamente, Trump afirma que os Estados Unidos estão no topo da montanha quanto a propagação da doença e, em breve, o país passará por uma reabertura.

Bernie Sanders sai da corrida eleitoral americana 

Um dos mais influentes candidatos na disputa pela presidência dos Estados Unidos desiste da campanha. Sanders diz que é impossível prosseguir em uma campanha em meio a uma crise como a atual, principalmente, pois seguir com a corrida eleitoral, iria contra a filosofia de Sanders e a própria campanha do candidato. O socialista buscava construir sua campanha em torno da necessidade americana de políticas sociais, melhorar o sistema público de saúde e outras medidas que buscariam diminuir a desigualdade no país.

Apesar de fora da disputa, a influencia de Sanders redirecionou o eleitorado americano. Segundo Joe Biden, provável representante democrata a disputar contra Trump, a transformação que Sanders conseguiu no eleitorado americano é impressionante. Com Sanders, os democratas conseguiram a união que buscavam em 2016.

Principais índices financeiros


Bolsa

Apesar da semana mais curta por conta da Sexta-Feira da Paixão, o Ibovespa encerrou a quinta-feira registrando 77.681 pontos, o que significou alta expressiva de 11,73% nos últimos quatro pregões. A semana registrou a maior subida da bolsa brasileira desde março de 2016, quando o índice subiu mais de 18%.

A desaceleração dos casos nos países mais contaminados pelo coronavírus na Europa e na Ásia em conjunto com os pacotes de estímulos econômicos anunciados por governos e bancos centrais pelo mundo foram os principais fatores de otimismo na semana. As questões relacionadas a um possível acordo na guerra de preços do petróleo também seguem no radar dos investidores.

Dólar

O dólar comercial fechou a semana em queda de 4,42%, cotado a R$ 5,09. Este é o menor nível da moeda nas últimas duas semanas. A desaceleração do aumento de casos do Covid-19 em alguns países considerados epicentro da doença diminuiu a aversão a risco dos investidores.

Na quinta-feira o Banco Central leiloou US$ 297 milhões em contratos de swap cambial, que equivalem a venda do dólar no mercado futuro. A autoridade monetária aqui do Brasil tem realizado essas operações nas últimas semanas a fim de conter a volatilidade da moeda.

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