28 de maio de 2018

Wrap Up Semanal

Brasil

Paralisação de caminhoneiros instaura caos no país

Caminhoneiros de todo o país deixaram de conduzir suas cargas desde segunda feira, dia 21. Eles decretaram a greve na sexta-feira anterior, dia 18. A principal reivindicação do grupo é a redução da carga tributária sobre o diesel que vem aumentando nos últimos meses devido a política de preços da Petrobrás. Líderes dos manifestantes dizem que só voltarão a suas atividades quando a isenção do PIS e COFINS sobre o diesel estiver publicada no Diário Oficial, ou seja, virar lei.

O governo tenta fazer concessões para acabar com a greve. Michel Temer concordou em baixar, por 60 dias, R$ 0,46 por litro o preço do diesel. Após este período, os preços serão ajustados a cada 30 dias. O governo concordou também em eliminar a cobrança de pedágio para caminhões que estejam com o terceiro eixo levantado e estipular um valor mínimo para o frete rodoviário.

Até o momento, a greve segue em seu oitavo dia.

Agronegócio recorre ao governo para ter danos ressarcidos

O Ministério da Cultura nesta semana irá propor ao governo que entre na Justiça contra líderes caminhoneiros, como forma de reparação aos danos provocados pela paralisação das vias.

Para isto, está sendo levantado o prejuízo acumulado nestes cinco dias de greve. A ideia é que com base nas perdas econômicas no setor, o Executivo peça o ressarcimento destes prejuízos.

O principal argumento que será utilizado na justiça é que as paralisações de caminhoneiros causaram cerca de 50 obstruções em rodovias cruciais para a distribuição de produtos agropecuários como carne, leite, e insumos destinados à alimentação de animais.

Por causa de greve, supermercados deixam de vender R$1,32 bilhão

A Apas, Associação Paulista de Supermercados calculou que, devido a greve de caminhoneiros no país, o varejo alimentar no Brasil deixou de vender R$1,32 bilhão. A conta é feita baseada nas vendas que não foram feitas nos últimos 5 dias, quando começou a falta de produtos nas lojas. Segundo a superintendência da Apas, a perda em São Paulo equivale a 400 milhões, pouco menos de um terço do total.

O cálculo foi realizado de acordo com o número de dias afetado pela greve e também considerando que o setor de perecíveis (categoria mais afetada) responde por 36% das vendas nos supermercados.

Ainda não há dados efetivos fechados com base nas perdas das empresas, mas sabe-se que as maiores rupturas estão nos setores de frutas, verduras, legumes e alguns laticínios e carnes.

Internacional

Trump cancela encontro que ocorreria em junho com Kim Jong-un

Na quinta feira, dia 24, em carta enviada a Kim, Trump cancelou o encontro que estava marcado para dia 12, em Cingapura, com o líder coreano. Sua decisão foi pautada no fato que considerou hostil o tom de algumas declarações feitas por líderes da Coréia do Norte, ainda que ocorra concomitantemente com o desmonte de instalações bélicas coreanas.

Na sexta-feira, dia 25, porém, as negociações entre os países voltaram a acontecer, disse o presidente americano a repórteres. Trump considerou boa a reação do país coreano após afirmar que não iria encontrar Kim e por isso voltou atrás em sua decisão.

No sábado, dia 26, Kim teve um encontro surpresa com Moon Jae-in, presidente da Coréia do Sul, e este afirmou que manterá sua palavra quanto a desnuclearização de seu país.

Primeiro ministro da Itália renuncia

Quatro dias após ser colocado no cargo de primeiro ministro, Giuseppe Conte renunciou ao posto. O presidente Sergio Mattarela havia nomeado Conte ao cargo com o intuito de que este formasse uma coalizão com o Movimento 5 Estrelas (M5S) e a Liga, de extrema direita, três meses após as eleições.

Conte não conseguiu formar um novo governo, sendo o principal motivo a falta de consenso quanto à decisão de indicação do Ministro da Economia do país. Sua coalizão insistiu em nomear Paulo Savona, um economista e ex-ministro da Indústria que se mostra cético quanto à manutenção do Euro e quanto às limitações que a liderança central impõe.

Após a decisão, a coalização do MS5 e Liga se recusou a indicar um novo nome ao cargo, sugerindo até que seja realizado um novo pleito eleitoral. Na Itália, o presidente deve aprovar as escolhas ministeriais do governo eleito.

 

Principais índices financeiros

Bolsa

Na última sexta-feira (25/05), o índice Ibovespa encerrou o pregão registrando 78.898 pontos, representando uma desvalorização de 1,53% no dia. No acumulado da semana, a desvalorização foi ainda maior, registrando uma queda de expressivos 5,04%. Ainda assim, a variação do índice, desde o início deste ano, é positiva, acumulando 3,27 pontos percentuais.

Em meio ao ambiente externo negativo, somado às incertezas originadas pela greve dos caminhoneiros, este é o terceiro pregão consecutivo que o Ibovespa fecha em queda. Na sexta-feira (25/05) o nível de fechamento do pregão foi o mais baixo em mais de quatro meses.

As maiores quedas registradas na semana foram as ações das empresas siderúrgicas Usiminas, que recuaram 4,4% e da CNS que caíram 3,6%.  Também contribuíram com a piora do índice Ibovespa a Vale, com uma queda de 2,1% e empresas ligadas ao setor bancário, como: o Bradesco (-1,03%), Santader (-0,6%) e Itaú Unibanco (-0,07%).

Já os destaques positivos foi a valorização das ações das empresas Gol, WEG e JBS, que subiram, 4,3%, 1,4% e 1,3%, respectivamente.

O momento de baixa do Ibovespa não caracteriza um período de “sell-off”, mas sim, um período de ressaca. Enfatizamos que os ajustes que o mercado irá nos propor, no desenvolver das próximas semanas, serão muito importantes para entendermos o prognóstico das medidas que o governo vem tomando em relação a conjuntura econômica do país.

Dólar

Na sexta feira (25/05), a moeda norte-americana subiu frente ao real, mas acumulou queda durante a semana. A cotação do dólar na sexta-feira (25) foi de R$ 3,66, 2,26% mais baixo que a cotação da semana passada.

Mesmo com o fechamento em alta na última cotação, o dólar recuou ante o real na semana que passou, após quatro semanas consecutivas de alta. Muito deste resultado está relacionado ao esforço do Bacen em colocar uma racionalidade no mercado com maior oferta de swaps cambiais.

Até o momento, o Bacen já injetou mais de US$ 5 bilhões no mercado futuro via swaps. A expectativa é que até o final deste mês o Bacen injete mais US$ 1,5 bilhão na tentativa de controlar a valorização do dólar frente ao real.

A percepção dos investidores quanto ao risco de se investir no Brasil vem sendo um fator agravante para a valorização do dólar. Somado às incertezas provenientes do cenário indefinido das próximas eleições e também aos recorrentes protestos e paralisações de algumas classes de trabalhadores brasileiros, o cenário projetado para o fim do ano, que previa o dólar a R$ 3,60, agora o prevê a R$ 4,00.

 

QUERO SABER MAIS SOBRE INVESTIMENTOS

Tags
Últimas notícias