STF divulga vídeo relacionado a inquérito que investiga Bolsonaro

Ao longo da pandemia, e principalmente do último mês, a crise política instaurada no Brasil ganhou cada vez mais espaço. Com a saída do ex-Ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi aberta uma investigação sob a acusação de Bolsonaro ter intervido na Polícia Federal, para benefícios pessoais e privados. Moro, delatou que na reunião ministerial que ocorreu no dia 22 de abril, o presidente demonstrou ao longo da mesma algumas vezes atitudes de intervenção política forçada, e antidemocrática.

O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello, que havia ficado responsável pela decisão da divulgação ou não do vídeo de tal reunião, resolveu nessa sexta-feira soltá-lo ao público.

O polêmico vídeo, que ainda está sendo amplamente discutido sobre qual será seu desfecho, mostra quase a totalidade da reunião. Nela, um clima tenso, onde xingamentos e ofensas são feitos livremente, a respeito de outros parlamentares, governadores, e funcionários públicos. O ponto principal que estava sendo investigado, foi exposto pela seguinte frase do presidente ´Eu tenho o poder, e vou interferir em todos os ministérios, sem exceção.´.

Bolsonaro, ao longo do vídeo, menciona também a falta de informação que ele recebe da PF, da Abin e das Forças Armadas. Logo em seguida, alega que não pode viver sem tais informações sobre a segurança de sua família, e que vai intervir.

Também, o presidente demonstra descontentamento com ações do ex-ministro Sérgio Moro, a respeito da decisão de armamento da população, e da utilização de algemas na população por estarem quebrando períodos de quarentena. O primeiro tema, fortemente apoiado por Bolsonaro, e o segundo, refutado.

Os próximos passos da investigação, ainda não estão concluídos, e o vídeo deve passar por mais um período de análise, e de novas entrevistas para o inquérito. Além do presidente Jair Bolsonaro, agora outros ministros e ações podem começar a ser investigados, como o ministro da educação Abraham Weintraub, que já recebeu atenção especial de Celso de Mello após a divulgação.

O Presidente, em fala pública na frente do Planalto ontem a noite, alegou que nenhum de seus ministros tem culpa sobre os ocorridos, e que ela seria inteira de Celso de Mello, que tomou a decisão de divulgar o vídeo.

Governo projeta rombo de R$540 bilhões em 2020

O Ministério da Economia informou pelo relatório de receitas e despesas do orçamento, que o déficit primário nas contas do governo deve ser de R$ 540 bilhões. Esse resultado seria o pior da série histórica do Tesouro Nacional, que iniciou em 1997.

O principal fator que contribuiu para esse enorme rombo foram os gastos com medidas contra o coronavírus, que de acordo com o novo balanço custarão mais de R$ 350 bilhões em 2020. Essas medidas foram principalmente nas áreas da saúde, para evitar a perda de arrecadação e também para controlar o aumento do desemprego.

Ainda que o valor projetado do déficit primário para 2020 seja bem alto, esse valor pode aumentar significativamente, pois os números apresentados seriam caso a quarentena acabasse no último dia de maio, e para cada nova semana adicional, o impacto seria de R$ 20 bilhões em perdas de produção no PIB.

Índice de Confiança da Indústria tem leve alta em maio

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou os dados prévios do Índice de Confiança da Indústria (ICI), com um salto de 2,4 pontos para o mês de maio, atingindo 60,6 pontos.

Depois de registrar um recorde, atingindo a mínima da série histórica no mês de abril, e da continuidade do momento de incerteza diante da pandemia, o leve aumento da confiança dos investidores no mês de maio sinaliza principalmente uma reavaliação na expectativa de melhoria em relação aos próximos três e seis meses.

O Índice de Expectativas também sofreu uma grande queda no mês de abril, e deve apresentar uma alta de 4,6 pontos no mês de maio, atingindo 54,2 pontos. Apesar do aumento, ele representa apenas 10% da perda sofrida no índice no mês de abril