1 de junho de 2020

Wrap Up Semanal

Brasil

PIB do Brasil diminui 1,5% no 1º trimestre de 2020 e pode chegar a uma queda de mais de 5% até o final do ano

Após quatro trimestres de resultados positivos, o PIB quebrou essa sequência com uma diminuição de 1,5% no 1º trimestre de 2020, em comparação com os últimos 3 meses de 2019. Essa queda marcou o menor resultado desde o segundo trimestre de 2015, que caiu 2,1% em relação aos três primeiros meses daquele ano.

Em valores correntes, o PIB totalizou R$1,8 trilhão nos primeiros 3 meses deste ano, e o setor que mais pesou nesta queda foi o de serviços, que diminuiu 1,6% em relação ao trimestre anterior. Com isso, o PIB voltou ao patamar de 2012 e deixa o país à beira de uma nova recessão.

O resultado negativo do primeiro trimestre de 2020 foi muito afetado pelos efeitos iniciais da pandemia, mas os impactos para o segundo trimestre deste ano devem ser ainda piores. Segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o PIB deve cair 5% ou mais até o final deste ano.

Reabertura do comércio em São Paulo conta com horários reduzidos e capacidade de 20%

Na última quarta-feira, o Governo do Estado de São Paulo decidiu por uma flexibilização da quarentena e uma retomada gradual das atividades econômicas no estado. A reabertura conta com 5 fases graduais e cada uma das cidades do estado de São Paulo foram enquadradas em sua atual fase, podendo ser 1,2 ou 3 neste primeiro momento.

O principal fator para verificar a fase atual da cidade são os indicadores de melhorias relacionados ao coronavírus. Na cidade de São Paulo será iniciada a fase 2, que conta com a abertura com restrições de atividades imobiliárias, concessionárias de veículos, escritórios, comércios e shoppings.

O comércio que voltar a funcionar no primeiro dia de junho em São Paulo deverá reabrir com um horário reduzido de 4 horas e operar com capacidade limitada de 20%. Além disso, os estabelecimentos não poderão reabrir as praças de alimentação e deverão seguir as normas e protocolos de saúde.

O governador do Estado de São Paulo, João Dória, disse que serão analisados os resultados nas próximas semanas, podendo avançar ou retrair na retomada das atividades econômicas no estado.

Nas próximas semanas serão analisados os resultados desta reabertura da economia.

Ruídos políticos se intensificam, Bolsonaro diz ´Chega´

Terminando o mês de maio, mais uma semana conturbada no cenário político local termina. Ao longo da última semana, algumas investigações da Polícia Federal elevaram os ânimos entre políticos, resultando em ataques e discursos.

Em uma vertente, o inquérito a respeito a interferência política intencional e privada do presidente Jair Bolsonaro, e o andamento do processo. Essa semana, a Polícia Federal anunciou ao Ministro do STF, Celso de Mello, que o próximo passo da investigação seria tomar o depoimento do presidente. No inquérito, fica faltante ainda a perícia final do vídeo da reunião ministerial, as informações solicitadas à PF, e também a oitiva do investigado.

Já em outra vertente, o ruído político ao redor de Eduardo Bolsonaro aumentou consideravelmente ao longo da última semana. O governo foi alvo de atenção da investigação a respeito da divulgação de Fake News, notícias falsas que apoiariam o presidente Jair Bolsonaro.

Em resposta, o presidente deu um discurso forte e indignado, dizendo que teria em suas mãos ´as armas da democracia`, e o novo Ministro da Justiça, André Mendonça, alegou inconstitucionalidade na investigação em questão.

A semana terminou com o Ministro Celso de Mello enviando à Procuradoria Geral da República a acusação contra Eduardo Bolsonaro, alegando incitação à subversão da ordem política ou social. O envio em si é procedimento padrão, como o Ministro ressaltou, e caberá à PGR definir a presença ou não de atividade criminosa.

A família Bolsonaro reprovou a investigação, resultando na fala do presidente afirmando que não teriam outros dias como ontem (o dia da notícia do inquérito das Fake News), e que já bastava da situação.

Por último, nessa sexta feira o ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi ouvido em depoimento à Polícia Federal a respeito do mesmo inquérito de investigação das falsas notícias. O ministro havia sido indicado para ser ouvido, depois da liberação do vídeo da reunião ministerial, onde ele afirmou que colocaria todos os ministros do Supremo Tribunal Federal na prisão. Weintraub, no depoimento, evocou seu direito de ficar calado.

Internacional

Donald Trump rompe com a OMS

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump corta o investimento à instituição. Segundo Trump, o dinheiro será destinado à outras iniciativas da saúde. Para ele, o principal motivo causador da separação entre o governo e a organização é o posicionamento chinês em relação a pandemia.

O encerramento das relações se deve falta de transparência da OMS quanto à China. De acordo com o presidente americano, a China vem escondendo dados sobre o início da pandemia; de outro lado, a OMS não exerce pressão na situação e cede às decisões chinesas, dando direcionamentos errados.

SpaceX lança primeiro foguete com tripulação ao espaço.

O lançamento histórico é o primeiro realizado por uma empresa privada. A SpaceX é uma empresa voltada para a exploração espacial. Criada por Elon Musk, a empresa vem dando saltos quanto à utilização de foguetes e a chance dar continuação aos avanços da corrida espacial. Antes do lançamento tripulado, a SpaceX permitiu com que foguetes lançados ao espaço pudessem voltar à Terra e pousar sem grandes danos; o que representa uma grande diminuição de custos.

O lançamento da nave Dragon Crew foi o primeiro foguete tripulado dos Estados Unidos em nove anos. A nave é comandada por Douglas Hurley e Robert Bhenken, ambos são veteranos da NASA e já estiveram no espaço. Trump e seu vice, Mike Pence assistiram ao lançamento.

Principais índices financeiros


Bolsa

O Ibovespa fechou em alta na sexta-feira aos 87.403 pontos, acumulando 6,36% de ganhos na semana. O final da semana foi marcado por cautela por parte dos investidores em relação a expectativa para a fala do presidente dos EUA, Donald Trump sobre a China, que acabou não anunciando novas sanções contra o país asiático, que fez com que a animação dos agentes do mercado fosse retomada ao final do dia. Destaque também para o fechamento positivo do mês de maio, que surpreendeu os investidores.

No noticiário corporativo os principais destaques são as varejistas, que seguem sendo as cias mais impactadas pelas medidas restritivas de isolamento social advindas do coronavírus. A Lojas Marisa (AMAR3) registrou prejuízo líquido de R$ 107,1 milhões no primeiro trimestre do ano, quanto a Cia Hering (HGTX3) divulgou resultados com lucro líquido de R$ 5 milhões, que significou queda de quase 90% em relação ao ano anterior

 

Dólar

A moeda americana registrou queda de 4,50% na semana cotado a R$ 5,33 e fechou o mês de maio também em baixa. Este foi o primeiro mês de 2020 com variação negativa para o dólar frente ao real. Parte da desvalorização da última sexta-feira também tem relação a fala de Trump. Alguns analistas atribuem essa valorização do real a alta demasiada do dólar nas últimas semanas como uma forma de proteção, que tende a ser diminuída com movimentos de maior otimismo do mercado que temos acompanhado recentemente.

Sobre possíveis intervenções do Banco Central, Roberto Campos Neto afirmou que estava preparado para atuar de forma mais intensa no mercado, porém a moeda brasileira passou a se valorizar. Em fala na quinta-feira, o presidente do BCB também reforçou que o câmbio é flutuante e que não irá intervir caso não seja necessário.

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