15 de junho de 2020

Wrap Up Semanal

Brasil

23o Ministério é criado, Fabio Faria é escolhido para assumir

Essa semana, foi criado um novo Ministério das Comunicações, tomando o lugar da antiga Secretaria de Comunicação (Secom). O candidato escolhido para assumir a posse do novo partido foi Fabio Faria, em um movimento que analistas consideraram como uma aproximação do governo Bolsonaro com o Centrão, e também com a bancada evangélica.

Fabio Faria, é deputado integrante do Centrão e conhecido por transitar com facilidade entre outros deputados, sendo uma peça importante para o governo de Jair Bolsonaro nesse momento de instabilidade entre o Executivo e o Legislativo, e é amigo próximo de Rodrigo Maia. Foi por parte de Faria a tentativa de aproximação do atual presidente com o presidente da Câmara, Maia, no passado.

O novo ministro vem também tentando aproximar a relação de Bolsonaro com a rede de TV SBT, e o setor de telecomunicações, pela influência e caminhos abertos por ele, já que é casado com a filha do apresentador Sílvio Santos.

Segundo fontes, há algumas semanas o presidente já analisava a criação de tal Ministério, decisão que foi impulsionada por alguns fatores. A insatisfação com o antigo Ministro Marcos Pontes, que perdeu parte de sua pasta foi elencada como parte do problema. Além disso, o constante desgaste do relacionamento do governo com órgãos de imprensa que parece não ser solucionado, pode vir a ter melhorias com a influência de Faria. A relação com o antigo chefe da Secom, Fabio Wajngarten, também já estava estremecida perante todos os militares.

Por último, Bolsonaro teria demonstrado grande incômodo com a repercussão da notícia de que o governo gastou mais de R$ 2 milhões com propagandas e anúncios em sites comprovadamente acusados de Fake News. Essa questão teria aumentado ainda a fragilidade do relacionamento com Wajngarten, com o presidente acusando-o de ter lidado mal com a situação e seu desenrolar, especialmente no momento em que o governo é fortemente investigado e está em um momento crítico no inquérito no STF, justamente por tais acusações.

Dois pontos de descontentamento com a decisão de criação do Ministério foram levantados, sendo um a constante briga por apoio no Congresso, e o outro por Bolsonaro ter criado a 23ª pasta Ministerial, enquanto em seu plano de governo inicial foi prometido manter o número máximo em 15 Ministérios.

Estimativa de déficit primário ultrapassa os R$700 bilhões para 2020

Na última sexta-feira foi divulgado o Prisma Fiscal, no qual economistas consultados pelo Ministério da Economia expressaram suas estimativas para o rombo primário do governo central no ano de 2020.

Os economistas elevaram os gastos previstos para 2020 em R$ 85 bilhões, o que resultaria em um total de R$ 1,8 trilhão, e diminuíram a receita líquida em R$ 22,1 bilhões, a R$ 1,1 trilhão. Com isso, as estimativas pioraram muito em relação ao relatório anterior, divulgado no mês de maio, no qual tinha sido projetado um déficit de R$ 571,4 bilhões para este ano. Neste último relatório, foi estimado um déficit de R$ 709 bilhões, segundo a mediana dos prognósticos.

O governo central tinha uma meta de um déficit de R$ 124,1 bilhões para o ano de 2020, mas devido ao estado de calamidade pública, essa meta não precisará ser cumprida. A previsão para o ano de 2021 também piorou, aumentando o déficit público de R$ 169,4 bilhões para um rombo de R$ 200 bilhões.

Governo deve liberar crédito tributário para bancos que ampliarem linhas de créditos para micro e pequenas empresas

Em medida conjunta do Banco Central e da Receita Federal, o governo deve anunciar nos próximos dias a liberação de crédito tributário para bancos que emprestarem dinheiro para micro e pequenas empresas. A média dos empréstimos é estimada em R$ 20 mil para microempresas e R$ 100 mil para pequenas empresas.

Apesar do governo ter lançado alguns programas específicos para essas empresas, como o Financiamento da Folha de Pagamento (Fopas) e o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), elas têm enfrentado muita dificuldade para conseguir concessões de empréstimos.

Um entrave do projeto é a pequena margem dos bancos, que precisam estruturar programas de custos baixos para conseguirem fornecer empréstimos à micro e pequenas empresas.

Internacional

OMS registra novos dados sobre a COVID-19

Em diversos países, novos picos de contaminação vem sendo registrados. Alguns países, principalmente aqueles da América Latina, vem passando pelo pico da disseminação. Mesmo países nos quais a situação já parecia ter retomado o controle, como a China, por exemplo, registraram casos novamente.

O número mais atualizado foi apresentado pela OMS. Segundo a Organização, o coronavírus registra cerca de 7,5 de pessoas infectadas. Quanto a mortes, a doença já chega a registrar um número maior que 420 mil mortes, no total.

O problema desta situação é o movimento de reabertura de alguns países. Em um mundo onde nem todos estão na mesma fase da luta contra o coronavírus, esta situação de abertura em alguns países e uma situação de controle da doença em outros, pode impactar nas relações com outros países. Um exemplo disso, é a proibição de entrada de brasileiros nos EUA.

Trump busca mudar pacto de armas global

O presidente americano quer rever o pacto de armas. O tratado firmado entre 34 países e assinado durante a Guerra Fria, prevê um controle unificado e global da venda de armamentos. Um dos principais tratados aplicados pelo grupo é o MTCR, qual busca ter um maior controle sobre a tecnologia de mísseis.

A intenção de Trump não é propor um novo tratado, mas sim, aplicar uma nova interpretação. O objetivo disto é aumentar a venda de armar no exterior, principalmente drones. Os EUA vêm reformulando diversos tratados de exportação, este será mais um grande passo para as grandes empresas militares do país explorarem novos mercados.

 

Principais índices financeiros


Bolsa

O principal índice da bolsa de valores brasileira encerrou a sexta-feira aos 92.795 pontos. O que representou na semana, perdas de 1,97%. Tal desvalorização do índice pode ser explicada principalmente pela cautela dos mercados do mundo todo depois de casos de coronavírus terem aumentarem nos Estados Unidos, o que pode ser um indício de uma segunda onda de contaminação, sendo que nas semanas anteriores, a alta das bolsas aconteceu por conta de um cenário onde este risco estava aparentemente descartado. Além disso, o presidente do Fed (Banco Central dos EUA), Jerome Powell, fez um discurso bastante cauteloso, que deixou os investidores mais receosos em relação a situação econômica dos países. Além disso, outro fator atribuído à queda foi realização de lucros, ou seja, investidores vendendo as ações por um preço mais alto depois da sequência de altas.

Entre os destaques da semana estão as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) que registraram alta volatilidade principalmente nos últimos dias da semana, devido à queda do preço do petróleo e novas preocupações em relação da demanda da commodity também por conta do aumento de novos casos de coronavírus no exterior e o fato dos estoques nos Estados Unidos terem atingido recorde. Por outro lado, as ações de frigoríficos, como Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3), registraram ganhos após a alta do dólar. Ações de empresas varejistas lideraram as altas de semana, com foco cada vez maior nas vendas online, B2W (BTOW3) e Magazine Luiza (MGLU3) registraram forte valorização das ações cotadas na B3.

 

Dólar

Após três semanas consecutivas de queda, a moeda americana encerrou a sexta-feira em alta de 2,18%, cotada acima do patamar de R$ 5,00, a R$5,04. No acumulado semanal, o dólar teve alta de 0,96%. O real liderou as perdas entre as principais moedas na última sessão da semana.

O desempenho do real frente ao dólar também foi resultado de uma maior aversão a risco dos investidores após o aumento das preocupações em relação a uma segunda onde de contágio do coronavírus em países no exterior e da fala do presidente do Fed com afirmações mais cautelosas.

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