29 de julho de 2019
Wrap Up Semanal
BNDES e BNDESPar devem vender R$ 35 bilhões em participações e ações até o final do ano.
O BNDES e o BNDESPar, bancos voltados para o desenvolvimento econômico, deverão vender R$ 35 bilhões de participações em empresas estatais e ações de privadas até o final deste ano.
O grande foco está em empresas conhecidas e gigantes dos respectivos setores de atuação, com destaque especial para as ações de Petrobras e JBS, as quais tiveram o interesse de diversas instituições do setor financeiro. Outros papéis aparecem em destaque como Copel e Cemig.
As ações de Petrobras detidas pelo BNDES e BNDESPar somam aproximadamente R$ 50 bilhões e por isso devem ser vendidas em parcelas ao longo de dois anos. Já as ações de JBS somam aproximadamente R$ 14 bilhões.
Esta estratégia foi pautada pelo ministério da economia junto a outros planos para o desenvolvimento econômico do Brasil. Paulo Guedes comentou sobre este plano em evento realizado pela XP Investimentos em Junho deste ano. O governo terá como um de seus objetivos desinvestir parte das empresas como forma de desafogar a economia, dando maior movimentação econômica ao país, tais ações fazem parte da nova diretriz do novo governo que tenta reduzir sua presença no capital de empresas.
De acordo com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, a intenção inicial é de se desfazer de até R$100 bilhões em participações entre 2019 e 2020.
Conflito entre Jair Bolsonaro e OAB gera polêmica, após declarações do presidente.
Durante esta semana, o presidente Jair Bolsonaro entrou em uma polêmica ao provocar o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, ao dizer que pode contar o que realmente aconteceu com o desparecimento de seu pai na ditadura militar.
O presidente da OAB, é filho de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, preso pelo governo e nunca mais visto após manifestações do grupo Ação Popular, uma das maiores organizações manifestantes contrária ao regime militar no período de 1964 à 1988. , Durante coletiva de imprensa, Jair Bolsonaro se manifestou à respeito do caso.
“Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade […] Conto pra ele. Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio desaparecer no Rio de Janeiro”
A OAB se opôs à manifestação do presidente em nota oficial dizendo que a postura adotada não é adequada ao de um presidente apontando que “ […] o cargo de mandatário da Chefia do Poder Executivo exige que seja exercido com equilíbrio e respeito aos valores constitucionais, sendo-lhe vedado atentar contra os direitos humanos, entre os quais os direitos políticos, individuais e sociais, bem assim contra o cumprimento das leis”. Lamentou a Diretoria do Conselho Federal da OAB.
Copom corta Selic para 6% ao ano tornando-a a menor da história.
O Comitê de Política Monetária decidiu na última quarta-feira (31), reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, fazendo com que a taxa Selic meta anual caísse de 6,5% para 6% a.a. O mercado como um todo esperava um corte, porém a redução de 0,5 ponto percentual foi vista como agressiva dadas as projeções.
Apesar de toda projeção do mercado, o Banco Central não tinha se posicionado para tal corte, após dez reuniões consecutivas sem mudanças na taxa Selic.
Este é o menor patamar para a taxa em 33 anos e pode resultar em bons fundamentos econômicos para o país, estimulando a maior geração de fluxos financeiro em diversos setores.
Em seu comunicado, o comitê do BANCEN sinalizou que poderá haver mais cortes ao longo deste ano ao afirmar que “a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estimulo”.
INTERNACIONAL
Trump acirra guerra comercial e China ameaça reagir
Buscando maximizar as posições americanas no mercado internacional, Trump mantém o pé firme quanto as suas promessas. O presidente americano afirma que não renunciará sua decisão de implementar uma tarifa de 10% sobre as importações da China a partir de setembro. Trump não pretende ter mudanças na ação, a menos que a China aceite realizar um acordo comercial.
Do outro lado do mundo, Hua Chunying afirma que a China não irá ceder perante os Eua. O porta voz do ministério de Relações Exteriores chinês representa a decisão chinesa de priorizar sua nação e ainda ameaça que a potência irá criar contramedidas caso Trump não retorne a negociações “corretas com base no respeito mútuo e igualdade”.
O novo líder na cadeira de primeiro ministro pode abrir oportunidades para alianças com a direita no outro lado do Atlântico. Com a saída da União Europeia, o Reino Unido pode ficar em desvantagem com o preço de commodities, o que pode representar oportunidades para um governo como o de Bolsonaro, que não se restringe a alianças de livre comércio.
Rosselló renuncia e advogado Pedro Pierluisi se torna novo governador de Porto Rico
Após escândalos e protestos Ricardo Rosselló renuncia ao seu cargo. Uma onda de protestos se levantou em Porto Rico após conversas do governador com seus assessores terem sido vazada no telegram. Somada às suspeitas de corrupção, mensagens de ódio a diversos grupos sociais, iniciaram-se revoltas em massa pela capital. Rosselló não viu alternativa frente a população, senão a renuncia.
Quem assume o cargo é Pedro Pierluisi. O advogado foi indicado em uma sessão extraordinária para substituir o cargo de secretário de Estado, dessa forma Pierluisi é o próximo na linha de sucessão, segundo a constituição porto riquenha, a assumir o cargo de governador.
BOLSA
Nessa semana tivemos o término de Julho, mês em que houve a aprovação da reforma da previdência no primeiro turno pelo congresso e trouxe bastante volatilidade ao mercado. A bolsa chegou a ultrapassar a barreira dos 106 mil pontos, mas durante o recesso parlamentar houve considerável realização de lucro por parte dos investidores e o mês finaliza com alta de apenas 0,84%.
A semana, no entanto, fecha com em queda de -0,14% aos 102.673,7 pontos, o mercado ainda aguarda a retomada real das atividades com o esperado fim do recesso parlamentar. O ponto de destaque da semana ficou com o corte realizado pelo Banco Central em 50 bps na taxa de juros Selic meta que saiu de 6,5% a.a. para 6%a.a. Houve sinalização para mais cortes ainda esse ano.
No campo internacional, também houve corte pelo FED na taxa de juros americana em 0,25%.
Em reflexo ao corte na taxa de juros, um dos setores que mais se beneficia, é o de consumo. Os tickers com maiores altas da semana são MGLU3 com +12,52% e VVAR3 com +11,58%, NATU3 e LAME4 também acumulam altas maiores que 10% ne semana.
Por outro lado, as maiores quedas da semana ficam dentro do setor financeiro, SANB11 em -5,70%, BBDC4 -5,38% e ITUB4 -5,21% que demonstram resultados abaixo do esperado e possíveis fraquezas quanto anos novos entrantes no setor, principalmente fintechs.
DÓLAR
FED finaliza a reunião da última quarta-feira com corte de 0,25% na taxa de juros americana, resultado positivo para países emergentes que se tornam mais atrativos para investidores, entretanto a guerra comercial avançou com novas imposições tarifárias contra produtos chineses, e em reflexo o real fecha a semana com depreciação de -2,9% em relação ao dólar, cotado a R$ 3,8915.
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